segunda-feira, 12 de julho de 2010

A GRANDE FINAL

TOSTÃO.
Hoje é a grande final da Copa do Mundo. Vou torcer para a Espanha, que joga mais bonito.
ANTES DA COPA, todos os que elogiavam a Holanda e a Espanha não acreditavam que as duas seleções pudessem ser campeãs.
Após a vitória sobre o Uruguai, os holandeses tiveram mais um dia de folga e se encontraram com suas companheiras, filhos e amigos. Como se vê, não há uma única maneira de formar um grupo unido e guerreiro. Pode ser do jeito holandês ou do jeito de Dunga e Jorginho, com suas igrejinhas de jogadores bem comportados.
A Espanha, assim como o Barcelona, por marcar por pressão, por valorizar a posse de bola e pela troca de passes, tem um estilo diferente do de todas as outras equipes. É preciso separar a troca de passes rápidos, precisos, para a frente, da Espanha e do Barcelona, com o objetivo de chegar ao gol, dos passes curtos, para o lado, lentos, das outras seleções. Jogando assim, a Espanha ganhou a última Eurocopa e ficou 52 jogos sem perder. A Espanha nunca teve um time tão bom como o atual.
O técnico Vicente del Bosque, que substituiu Luis Aragonés após a Eurocopa, mudou o time ao colocar mais um volante, adiantar Xavi e escalar apenas um atacante. O time ficou menos ofensivo e com mais segurança na defesa. Prefiro a maneira anterior.
Procura-se urgentemente no Brasil, com grandes chances de não se achar, um grande talento no meio-campo, um Xavi, que jogue de uma intermediária a outra. Kaká não é esse jogador. Ele é um ponta de lança. Ganso é um armador do meio para a frente. Hernanes tem momentos individuais brilhantes, mas não é um organizador, que toca a bola e faz o time jogar.
A falta desse jogador não é por acaso. Houve uma divisão no meio-campo no futebol brasileiro entre os volantes, que se destacam pela marcação do meio para trás, e os meias de ligação, que se destacam pela armação do meio para a frente.
Vou torcer para a seleção espanhola. Se a Espanha ganhar o título, será ótimo para o futebol. Será a vitória do time que joga bem, diferente e que dá espetáculo.
Se isso acontecer, espero que influencie os técnicos brasileiros, que não estão nem aí para a qualidade do jogo. Só pensam em vencer. Eles não gostam de futebol. Gostam de ganhar. O futebol brasileiro precisa, dentro e fora de campo, de pessoas que gostam de futebol, e não apenas de vencer e de fazer bons negócios.

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