O risco de derrota em Minas Gerais é hoje o principal objeto de preocupação do comando do PSDB e da campanha de José Serra à Presidência. Atualmente, o tucanato governa os dois maiores colégios eleitorais do Brasil. Mas, segundo as pesquisas de opinião, pode ficar restrito a São Paulo, caso o atual governador Antonio Anastasia seja derrotado pelo peemedebista Hélio Costa na disputa pela reeleição. De tão preocupado, o comando do PSDB desembarcou em Belo Horizonte na terça-feira. A missão do presidente nacional do partido, Sérgio Guerra (PE), é reforçar a estrutura da campanha tucana no Estado. "Vamos intensificar a campanha. O Anastasia vai ganhar a eleição, e o Serra vai crescer junto", torce Guerra. Apesar de praticamente eleito para o Senado, o ex-governador de Minas Aécio Neves manifestou sua inquietação em reunião com Guerra.
De acordo com tucanos, Aécio pediu que parte da arrecadação da campanha nacional do PSDB seja diretamente destinada ao comitê de Minas Gerais.
"Não é só São Paulo que merece atenção do comando do partido", afirmou o secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro, ao justificar a natureza da viagem de Guerra. Na avaliação de tucanos, o desempenho de Anastasia é fundamental até para futuro político de Aécio. Com a eleição de Anastasia, Aécio terá papel de destaque no Congresso, esteja Serra eleito ou não.
O ex-governador mineiro é cotado para a presidência do Senado, caso o PSDB vença a disputa eleitoral. Se Dilma Rousseff (PT) for eleita, pode liderar a oposição. Sem a eleição de Anastasia, porém, Aécio corre o risco de desidratar no Senado. Enfraquecido, perderá espaço para o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), se confirmada a sua liderança para o governo de São Paulo.
TUCANOS PAULISTAS.
A possibilidade de derrota em Minas assusta até os tucanos de São Paulo, mesmo que Serra seja eleito. Na Presidência, precisaria do suporte do governo de Minas. A situação será ainda pior em caso de derrota para a Presidência. Por seu perfil, os tucanos duvidam que Alckmin seja capaz de fazer oposição vigorosa a Dilma. Isolada, a oposição ficaria fragilizada, ainda que o tucano Beto Richa vença no Paraná.
Enquanto alguns tucanos lançam dúvidas sobre a dedicação de Aécio à candidatura de Serra, o mineiro tem se queixado da condução da campanha presidencial. Em conversas, Aécio reclama da concentração das decisões num pequeno núcleo, que inclui o coordenador de comunicação, o jornalista Luiz Gonzalez.
Numa reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líderes do PSDB sugeriram a criação de um conselho político. Mas, nascido à revelia de Serra, o conselho político nunca se reuniu.
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