segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A BANCA DOS HORRORES

Por Marcelo Migliaccio - BLOG RIO ACIMA.
Ontem, confesso que tive calafrios ao me aproximar de uma banca de jornal. Sabe como é, o último domingo antes da eleição... eu sabia que o chumbo viria pesado.
Veja só o que estava exposto.
A revista que pensa que o leitor é cego acusa Lula e o PT de quererem acabar com a liberdade de imprensa.
Só que a liberdade de imprensa já foi assassinada há muito tempo, inclusive pela própria revista e seus co-irmãos, que mataram a pluralidade formando um time de articulistas que se repete na mesma ladainha. Não só lá como nos jornais caipiras e nas organizações biscoito de praia. É um samba de uma nota só: a nota zero para o governo Lula.
Todos os jornalistas da grande imprensa hoje sonham ser como aquele articulista que dirigiu o filme mais chato de todos os tempos, Eu sei que vou te amar. E aqui não vai nenhuma crítica cinematográfica com motivação ideológica, o filme é um purgante mesmo.
Você pega um desses órgãos (genitais) de imprensa e, da primeia à última linha, é uma competição entre medíocres para ver quem acha o pior adjetivo para o presidente mais bem avaliado de todos os tempos no Brasil. Nunca na história deste país, a imprensa esteve tão dissociada da realidade das ruas. Nem no tempo das receitas de bolo e da ditadura militar, o noticiário foi tão esquizofrênico.
Falam mal de tudo que cheire a governo. Escondem de suas páginas e telejornais dados fundamentais como comida no prato, carteira assinada, casa própria com fogão e geladeira, filho na escola etc.
O negócio é saber quem foi o sabujo que andou roubando e dedicar páginas e mais páginas ao mar de corrupção que inundou o país.
Esses articulistas de aluguel acham que nos enganam, mas não enganam nem seus patrões, que, no fundo, não têm por eles o menor respeito. Tratam-os, intimamente, como meros cães de guarda, papagaios ensinados a dizer coisas que os barões das rotativas e das parabólicas nunca tiveram peito para gritar em seus próprios microfones.
- Currrupaco, currrupaco, neoliberalismo, neoliberalismo! Currupaco, liberdade de empresa, quer dizer, de imprensa!
Nesses mastodontes da desinformação, o jornalista que descobrir que a namorada do filho do ex-braço direito da Dilma tem um cargo no governo ganha até prêmio Esso, mesmo que sua bombástica denúncia não mude as pesquisas em um ponto percentual sequer.
Como todo governo tem corruptos, há sempre o que descobrir. Pena que a Justiça seja tão benevolente com quem é apanhado com a boca na propina. Lugar de rato é na cadeia.
É escândalo que não acaba mais. Tomara que quando os tucanos voltarem ao poder esses mesmos baluartes da denúncia não tirem férias de quatro anos. Que continuem tão combativos como estão agora.
A imprensa que eu vi na banca ontem só dá espaço ao que é ruim.
E olhe que, há 35 anos, Raul Seixas já cantava:
Todo jornal que eu leio
Me diz que a gente já era
Que já não é mais primavera
Oh, baby, oh baby
A gente ainda nem começou
Aquela outra revista, que não estudou, se deu mal nas provas e ficou em segunda época, colocou oTirica na capa, diante do Congresso e dissse que aquela vai ser a nova cara do Legislativo. Uma generalização calhorda. Depois, acusam Lula de antidemocrata. A revista usa um palhaço que virou candidato para desmoralizar um dos três poderes e ainda chama o presidente de ditador.
Deveriam passar uma temporada com Hugo Chávez para ver como Lula é bonzinho

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