Por Carlos Chagas.
TUCANOS DEPENADOS?
Não é apenas a direção do PT que teme não aumentar suas bancadas na Câmara e no Senado, com as eleições de outubro. No ninho dos tucanos a preocupação parece a mesma, para não falar no DEM. O raciocínio é de que o PMDB crescerá um pouco, por inércia, mas quem se beneficiará serão os médios e pequenos partidos, do PTB ao PDT do PPS ao Partido Socialista e ao Psol. Pode haver engano nessa previsão, mas caso ela se confirme, mais dores de cabeça sentirá o futuro ocupante do palácio do Planalto, seja Dilma, seja Serra. Nada parecido com uma rebelião dos nanicos, mas algo como a obrigação de abrir maiores espaços no condomínio da coisa pública. Agora mesmo é que a reforma política não se realizará nos próximos quatro anos, pelo menos no que diz respeito à cláusula de barreira e ao voto distrital.
COMPLICAÇÕES NO SUDESTE.
Os candidatos presidenciais estão concentrando suas presenças nos estados do Sudeste, onde se localizam os três maiores colégios eleitorais, com São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Dilma e Serra mantém preferências equilibradas na região, sendo que o PT dispara no Norte e Nordeste e o PSDB vence no Sul.
Tanto o tucano quanto a companheira tem origem no Sudeste, assim como seus candidatos à vice-presidência. Vai ser difícil, qualquer que seja o vencedor, fechar a goela dos políticos e governantes locais, quando chegar a hora de compor o ministério.
FICAM POUCOS OU NÃO FICA NINGUÉM?
Na hipótese da vitória de José Serra, todos os atuais ministros precisarão limpar as gavetas, porque não fica ninguém. No reverso da medalha, ganhando Dilma, são muitos os candidatos a permanecer, com ênfase para os cristãos-novos, aquela turma que em abril ocupou as pastas pela desincompatibilização dos ministros hoje pleiteando votos. Imagina-se que ela manterá alguns, mesmo redistribuindo-os, mas a tônica será pela composição de uma nova equipe. O primeiro a sustentar essa mudança é o presidente Lula.
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