Por Carlos Chagas.
Quando estava para tomar posse, nos idos de 1979, o general João Figueiredo mudou-se para a Granja do Torto, como fará agora Dilma Rousseff assim que retornar da Coréia. Guilherme Figueiredo, irmão do presidente, reconhecido poeta, intelectual e dramaturgo, saiu-se com uma das mais belas exortações do período: “quem sabe ele muda o nome da residência e passa a chamá-la de Granja do Direito?”
Até que o conselho continua aplicável, apesar de a democracia haver sido instalada no país, justiça se faça, graças a certas medidas adotadas pelo último general-presidente, como a anistia para presos políticos e para exilados e o retorno integral à liberdade de imprensa.
Hóspede permanente ou para ocupar a residência alternativa apenas nos fins de semana, a verdade é que Dilma Rousseff ainda teria condições de homenagear Guilherme Figueiredo. Algumas correções fazem-se necessárias para que as instituições democráticas venham a funcionar em sua plenitude, completando o Estado de Direito entre nós. Para começar, a reforma política, em condições de afastar de uma vez por todas a sombra do poder econômico no sistema eleitoral. E o restabelecimento dos direitos trabalhistas surripiados no governo Fernando Henrique Cardoso. Como a própria presidente eleita já declarou, também o fim da impunidade que assola o Brasil em progressão geométrica.
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