Em política, nada acontece por acaso. Todos os eventos e discursos preparados, ontem, para receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Suape, no município de Ipojuca, remeteram à imagem da mulher, ora frágil e emotiva, ora forte e batalhadora. O presidente voltou a falar sobre a importância de governar o Brasil como uma "mãe cuida dos filhos", sabendo dividir e tratar com igualdade - uma referência indireta à presidenciável Dilma Rousseff (PT). Mas os gestos também falaram por si.
Lula chegou ao evento ao lado da primeira-dama do estado, Renata Campos, escalou uma mulher para falar sobre a importância do gasoduto, Evânia Celeste Pereira, e ainda discursou ao lado de uma operária, que estava emocionada e não parou de chorar enquanto ele falava.
A primeira referência à mulher foi feita pelo coordenador da Federação Única dos Petroleiros de Pernambuco, João Antônio Moraes. Ao cumprimentar todos os presentes, ele saudou em particular a diretora de Gás e Energiada Petrobrás, Maria das Graças Foster e soltou um afago ao presidente Lula. "Este é o ano das mulheres no Brasil", discursou Moraes, para depois acrescentar. "Quem bebeu de seu governo, presidente, terá sede de continuidade", afirmou.
Renata Campos não discursou, mas foi citada o tempo inteiro como esposa do governador Eduardo Campos (PSB), que não pôde estar presente por impedimento da legislação eleitoral.
Quem falou em nome dos trabalhadores foi outra mulher, Maria Alexsônia, 28 anos, que agradeceu ao presidente por ele abraçar a causa do Brasil. "A gente te ama", disse a jovem. Em retribuição, o presidente chamou a moça para ficar ao seu lado durante o discurso. Olhando para ela, alfinetou os adversários. "Tem gente dizendo que não está acontecendo nada em Suape. Por isso eu queria olhar a cara de vocês, porque somente os que não querem enxergar é que não vão enxergar o que acontece aqui"
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