quinta-feira, 26 de agosto de 2010

UM DIA A LAMENTAR

Por Carlos Chagas
Ontem, 25 de agosto, um dia a lamentar em nossa crônica política. Foi quando, 49 anos atrás, Jânio Quadros renunciou à presidência da República. Tanto pelo gesto tresloucado, de desrespeito à maioria do eleitorado que o levara ao palácio do Planalto, quanto pelos objetivos nele encobertos. O projeto envolvia a protelação da renúncia pelo Congresso, pois era uma sexta-feira, como sempre vazia de deputados e senadores. No fim de semana, Jânio imaginava, o povo sairia às ruas exigindo o seu retorno e os militares completariam o golpe, impedindo a posse do vice-presidente João Goulart, então em viagem pela China Comunista. Voltaria como ditador, dotado de poderes especiais e com o Legislativo posto em recesso.
Deu tudo errado. Câmara e Senado tinham número não para apreciar, mas apenas para tomar conhecimento de um ato unilateral que o péssimo advogado não lembrou produzir efeito imediatamente oficializado. O presidente da Câmara foi empossado naquela noite. O povo não saiu às ruas, no fim de semana, e os ministros militares não conseguiram impedir a posse de Jango. O já ex-presidente saiu pela porta dos fundos, para entrar na História.

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