sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TAVA NO PADRÃO

Debate morno, difuso, de discursos padronizados, com cada candidato lendo sua bula para o eleitor; chato mesmo. Vi uma Dilma muito nervosa, errando concordâncias e consultando anotações em demasia. Ora, se for preciso, que mal tem brandir uma folha de papel com a firmeza daquele que realizou de fato e mostrar algum documento? Debate pasteurizado demais… A Dilma que conheço é aquela que acabou com o Agripino, falando com segurança e desenvoltura. Parece que amansaram a fera, descaracterizando-a, tirando-lhe aquela eloquência que deixou o Agripino com as fraldinhas sujas. E acho que ela realmente perdeu a grande chance de destruir o Zé (alagão) Serra quando ele declarou ser partidário das estatizações, que era só o que nos faltava. Eu teria falado da Vale do Rio Doce, de cuja venda o Zé (trólóló)Serra foi o grande entusiasta. Uma companhia que foi vendida por 2 ou 3 bilhões e hoje vale 163 bilhões. Acho que isto teria dado a verdadeira dimensão da privataria tucana. Não adianta lançar mão de um discurso muito geral, diluido. Tem que ser didático. Tem que dar um exemplo concreto e preciso e destruir todo o discurso do oponente, a lá Schopenhauer, que seja.
Também acho que diante da dificuldade de responder questões de grande abrangência como as que costumam ocorrer nestes debates, a lógica que deve permear o discurso de Dilma, até para facilitar a coisa é, pura e simplesmente, a comparação com São Paulo pois se Serra e o PSDB foram ineptos em São Paulo, como serão eficazes a nível nacional? (falaram do crack no Rio grande do Sul! E a crackolândia paulista, sem dúvida a maior expressão do problema no Brasil?). Para destruir o discurso do Zé (apagão) Serra basta demonstrar o caos paulista em diversas áreas. Sempre que ele disser que vai fazer e acontecer tem que puxar um exemplo de São Paulo e mostrar que é só discurso vazio. Em diversas oportunidades ela poderia ter falado da negligência com as enchentes, com as obras públicas, com o transporte, com os professores, com a segurança… Pedágios então, sequer ouvi a palavra, pelo que me lembro. E sabemos que este tema é um dos calcanhares de Aquiles do Zé (pedágios) Serra não pelos pedágios em sí, que para o eleitor desavisado pode soar apenas como um detalhe em meio a tantas políticas públicas, mas do significado que os pedágios tem no sentido de demonstrar as verdadeiras intenções e prioridades do PSDB. E outra coisa que tem que ficar mais clara. O PSDB e o Zé (trólóló) Serra já foram governo pelo mesmo tempo que Lula foi. Porque não fizeram o que dizem que vão fazer? Por que os números comparativos entre os dois governos são tão discrepantes? Não dá pra deixar o Zé (pedágio) Serra dizer simplesmente, como o fez, que os contextos internacionais foram diferentes e ponto final. É desmerecer nosso maior trunfo por uma desculpa esfarrapada. Lula só se deu bem porque pegou um contexto internacional mais favorável? E a Grécia sr. Zé (trólóló) Serra, a Grécia também não foi favorecida por este mesmo contexto favorável? Por que foi a bancarrota então? Daí para criticar os vilões dos anos FHC, o neoliberalismo, a política do Estado mínimo e das raposas cuidando do galinheiro econômico é moleza.
Acho que Zé (trólóló) Serra conseguiu usar algumas cortinas de fumaça e induzir a ser criticado em coisas que não estavam na ordem do dia e para qual Dilma, julgo, não estava preparada. Ficou fácil para o Zé (trólóló)Serra se proteger atrás de coisas como mutirões da saúde. Como se um país se construísse com mutirões… Acho que a ficha da Dilma demorou pra cair nessa. Acho que o Plínio se saiu bem. Em que pese o discurso utópico, mas até por isso, ele conseguiu ser preciso e criar uma identidade própria. Mas julgo, como vocês, que o tabuleiro da eleição continua o mesmo. Um peãozinho movido aqui, outro ali, mas acho que o panorama permanece praticamente o mesmo que tínhamos antes do debate.

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