Editorial, Jornal do Brasil.
Nesta semana, a Fifa demonstrou preocupações sobre o cronograma da organização da Copa do Mundo de 2014, acendendo o sinal de alerta, especialmente em relação à reforma e à construção de estádios. Foi uma crítica à capacidade brasileira de sediar uma das maiores competições esportivas do mundo, que atrairá milhares de visitantes estrangeiros ao país. O aviso da Fifa deve ser encarado com naturalidade. É um zelo que a entidade máxima do futebol precisa ter para resguardar sua imagem e garantir o padrão de qualidade do espetáculo e o conforto dos torcedores. Mas é preciso reconhecer também que avanços em outras áreas têm se dado. É o caso da infraestrutura dos aeroportos.
Nos próximos dias, o país receberá um conjunto de modernos equipamentos de raios X, doados pelo governo americano à Polícia Federal, que serão instalados nos aeroportos internacionais Antonio Carlos Jobim (Galeão), no Rio, de Guarulhos, em São Paulo, e nos do Recife e de Manaus. Chamados de body scanners, eles estão na ponta de lança em questão de segurança, um setor que ganha cada vez mais importância dentro da organização de grandes eventos, dada a crescente possibilidade de atentados terroristas. É o que de pior pode acontecer para estragar a festa. Os equipamentos fazem um minucioso escaneamento corporal, capaz de detectar até dispositivos explosivos colocados nos recônditos dos corpos dos passageiros.
A chegada dos aparelhos de segurança faz parte de um plano maior de reestruturação e de preparação dos aeroportos nacionais, que se tornou ainda mais urgente após o Brasil obter o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 (e consequentemente a Copa das Confederações, em 2013) e a Olimpíada de 2016. É um trabalho que está a cargo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que já contava com um plano de obras, dentro da expectativa de crescimento do país. O plano abrange praticamente todos os aeroportos administrados pela empresa pública. Hoje, a Infraero opera 67 aeroportos e 33 terminais de carga, além de 80 unidades de apoio à navegação aérea.
Nos últimos dez anos, foram investidos cerca de R$ 5,3 bilhões na construção e na modernização dos aeroportos brasileiros. Entre eles, pela movimentação que terá nos próximos anos, o aeroporto do Galeão, no Rio, é o que merece mais atenção. E, felizmente, o cronograma vem sendo cumprido. Parte das obras, orçadas em R$ 648,45 milhões, já está em execução. O Terminal 1 será modernizado e o Terminal 2, concluído, aumentando em 63 mil metros quadrados as instalações do Tom Jobim.
O plano, conforme anunciado pela Infraero, inclui a recuperação das fachadas, até o fim deste semestre; a substituição das escadas rolantes e de todos os 60 elevadores dos dois terminais, até agosto de 2011; entre outras melhorias. Fora a série de benfeitorias já concluídas: o novo setor C do embarque internacional; os painéis informativos dos voos; os 44 banheiros modernizados; a troca ou o polimento dos pisos; e a sinalização externa, que foi padronizada.
Enfim, os investimentos no aeroporto internacional do Rio, porta de entrada do turismo brasileiro, são um alento. Atende às expectativas dos passageiros e tranquiliza os organizadores estrangeiros quanto à capacidade do Brasil de realizar a contento as grandes competições que estão por vir. Que o Brasil também voe na organização de outros setores importantes e mostre que não deixará nada a dever.
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