quarta-feira, 2 de junho de 2010

Bloqueio israelense: mais navios rumam para Gaza.
Jornal do Brasil - Evelyn Soares,
O sétimo navio que iria compor a Frota da Liberdade chegou ao Mar Mediterrâneo para tentar romper o bloqueio instituído por Israel à Faixa de Gaza em 2007. A embarcação foi batizada de Rachel Corrie, em homenagem a ativista americana morta em março de 2003, quando foi atropelada por um tanque militar israelense ao tentar impedir a demolição de casas palestinas em Rafah.
A bordo da embarcação estão pelo menos 15 ativistas, entre eles a irlandesa Mairead Corrigan Maguire, Prêmio Nobel da Paz de 1976 e Mary Ann Wright, oficial aposentada do Exército americano, que pediu demissão de um alto cargo no governo Bush como protesto à Guerra do Iraque. O navio carrega ainda uma grande quantidade de donativos, tal qual as embarcações invadidas no dia 31 de março por forças israelenses. O navio partiu de Malta na segunda-feira.
Em entrevista à CNN, Derek Graham, ativista do Free Gaza Movement, a bordo do Rachel Corrie, está ciente do incidente com as outras embarcações e acredita que é possível que Israel repita a ação.
– Temos a esperança que a pressão política de outros Estados possa nos ajudarem – disse.
Graham estima que o Rachel Corrie deve chegar entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado em Gaza. Outra flotilha, com três navios, a Freedom 2, deve zarpar nas próximas semanas para Gaza, segundo um grupo europeu.
Processados por Israel
Em entrevista ao Jornal do Brasil, Audrey Bomse, advogada da ONG, confirmou que quatro ativistas estão sendo processados por Israel. Os israelenses-palestinos Lubna Masarwa, uma das diretoras do Free Gaza Movement; Sheik Raed Salah, líder do Movimento Islâmico de Israel; Mohammed Zeidan, presidente do High Fellowship Committee for Arab Citizens of Israel; e Hamed abu Dabis são acusados, entre outros crimes, de conspiração e posse de armas. Todos estão presos, o que contradiz a versão do governo israelense de que todos os ativistas foram deportados.
– Os seis advogados que estão em Israel tentam entrar em contato com os hospitalizados, mas têm o pedido negado. Há dois cidadãos britânicos desaparecidos, e ainda não temos os nomes dos mortos – informou.
A respeito da presença do Rachel Corrie no Mediterrâneo, Bomse adianta que a ONG quer esperar uma situação melhor para que ele possa avançar.
Violência a bordo
Huwaida Arraf, 34, era a organizadora do Free Gaza Movement, que, por ter nacionalidade americana e israelense, não foi processada, mas, como todos os passageiros do Challenger 1, de bandeira americana, foi vítima de violência dos soldados israelenses no momento da invasão.
Ao tentar resistir na cabine do navio, bateram com a cabeça dela na parede e a algemaram. Ao tentar colocá-la à força em uma viatura, já no porto de Ashdod, um policial a segurou pelo cabelo.
– Esse bloqueio em si é ilegal a. Queríamos enviar navio com carga para Gaza, e não pretendemos parar nossos esforços.
Caso uma instituição independente, como a ONU ou a Cruz Vermelha, realizasse a inspeção, e não Israel, não haveria problemas.

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