quarta-feira, 2 de junho de 2010

MERCEDES BENS

CHUPADO DO O GLOBO.
Brasil lidera vendas de caminhões da Mercedes.
País desbanca Alemanha pelo segundo ano seguido. Empresa prevê ampliar produção em 2011 em Juiz de Fora.
Danielle Nogueira.
Pelo segundo ano seguido, o Brasil será o principal mercado de caminhões para a Mercedes Benz, à frente da Alemanha, que perdeu a liderança nas vendas mundiais em 2009 com a crise econômica global. A empresa prevê que suas vendas no mercado interno cheguem a 40 mil unidades, ou 30% do total de 135 mil caminhões que deverão ser comercializados no Brasil em 2010. Para atender à forte demanda, a unidade de Juiz de Fora (MG), que hoje só produz carros de passeio, também vai fabricar caminhões a partir de meados de 2011.
É fenomenal o que está acontecendo no Brasil. Tradicionalmente, a Alemanha é nosso principal mercado. Mas o Brasil será o número um em nível mundial mais uma vez. Saímos da crise aqui maiores do que entramos — diz Hubertus Troska, vice-presidente-executivo para Europa e América Latina da divisão de caminhões da Mercedes, que esteve ontem no Challenge Bibendum, evento de mobilidade sustentável patrocinado pela Michelin, no Rio.
Mineração e siderurgia puxam as vendas Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas de caminhões e ônibus da Mercedes no Brasil cresceram 70% ante igual período de 2009, para 18 mil e 7.200 unidades, respectivamente.
Os números já garantiram à empresa um pequeno avanço de sua participação no mercado.
Entre janeiro e maio, a Mercedes alcançou parcela de 29% no mercado doméstico de caminhões e de 54% no de ônibus.
Em 2009, a fatia era de 28,5% e 48,5%, respectivamente.
Embora a companhia aposte na alta da demanda por ônibus — especialmente com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o segmento de caminhões é visto como o vetor de seu crescimento no país. A grande aposta é nos setores de mineração, siderurgia, agricultura e eletrificação, que já vêm puxando as vendas.
Acreditamos no desenvolvimento da economia brasileira e vemos sinais de recuperação na América Latina como um todo, isso nos dá o conforto para acreditar no mercado — afirma o presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Jürgen Ziegler, que prevê alta anual de 4% das vendas de caminhões no país nos próximos dez anos. — Por isso, vamos investir mais no Brasil.
Unidade de Juiz de Fora receberá mais investimento Atualmente, a Mercedes concentra sua produção de caminhões em sua unidade de São Bernardo do Campo (SP), onde o presidente Lula fez carreira como metalúrgico. A fábrica receberá investimentos de R$ 1,5 bilhão para expansão e adaptação dos veículos a novas normas ambientais. Desse montante, R$ 1,2 bilhão será financiado pelo BNDES. Os R$ 300 milhões restantes virão do caixa da montadora.
O investimento elevará a atual capacidade de produção de 65 mil caminhões para 75 mil no fim do próximo ano.
Em meados de 2011, a fábrica de Juiz de Fora também produzirá caminhões. Para isso, haverá adaptações na linha de montagem, desenhada originalmente para carros de luxo. A Mercedes não revela quanto vai investir ou qual modelo será produzido lá. Limita-se a informar que um grupo de trabalho foi formado para desenvolver o projeto de engenharia da fábrica.
Com base nele serão determinados o volume de produção e os recursos necessários.
A companhia também se prepara para se adaptar às novas normas de emissões de gases poluentes que passam a vigorar no Brasil em 2012. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabeleceu que os veículos terão de reduzir em 80% o material particulado que emitem — incluindo o CO2 — e em 60% o óxido de nitrogênio. Parte do investimento na fábrica de São Bernardo do Campo visa à adaptação dos motores.

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