Por Carlos Chagas.
Na cartilha de treze pontos fundamentais para a ação de um suposto governo Dilma Rousseff parece estar faltando mais um. Porque entre cuidados para erradicar a pobreza, investir em educação, saúde e segurança pública, entre outros, lê-se “mais apoio ao campo”. E só isso, sem qualquer menção à reforma agrária. Afinal, “mais apoio ao campo” significa dedicar toda atenção ao agro-negócio? Como conciliar essa vaga referência à agricultura com as ameaças de João Pedro Stédile sobre o MST multiplicar o número das invasões se a candidata vier a ser eleita?
O tema será fatalmente levantado no debate de quinta-feira entre os candidatos, na TV-Bandeirantes. Não que apenas Dilma possa sofrer com ele. José Serra dificilmente se livrará da comparação com Washington Luís. Porque para aquele ex-presidente da República, a questão social era um caso de polícia. Para o candidato tucano, será a mesma coisa com a reforma agrária?
DONO DA VERDADE ABSOLUTA.
Não dá para deixar o sociólogo de lado. A cada dia e a cada entrevista ele fornece material para discussão sobre sua peculiar personalidade. Ainda agora acaba de ministrar mais uma lição eleitoral. Recomendou aos candidatos não discutir o que os outros querem, ou seja, devem ignorar os anseios do eleitorado, mas procurar “convencer os outros da importância de seus valores”. Numa palavra, Fernando Henrique quer o futuro presidente da República ditando padrões, impondo rumos e agindo conforme sua vontade, à qual deve acoplar-se a nação. Nada de ouvir a voz rouca das ruas...

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