sábado, 12 de junho de 2010

OITO OU OITENTA?

PAULO VINICIUS COELHO - Prancheta do PVC
A ARGENTINA não tem meio-termo. Em 20 jogos comandados por Maradona, não empatou nenhum: 14 vitórias e seis derrotas, entre elas os 6 a 1 para a Bolívia, o maior tombo da história.
Nos últimos cinco Mundiais, todos perdidos, foi a primeira colocada de seu grupo da primeira fase duas vezes. Nas outras três, ficou em terceiro. Eliminada em 2002, classificou-se pela repescagem em 1990 e 1994.
É a seleção do melhor jogador do planeta e do maior número de pernas de pau chamados por um mesmo treinador, porque Maradona convocou 108 jogadores para suas 20 partidas.
A sobrevivência carrega Diego para seu quinto Mundial, o primeiro como técnico. Incrível coincidência, Diego volta às Copas contra a Nigéria, a mesma rival de sua última partida, em 1994, quando saiu de campo, pela mão de uma enfermeira, para o exame antidoping condenatório.
Só a estreia mostrará se a Argentina será um amontoado de craques ou um time de verdade. Como o festival de experiências de Maradona prossegue, não duvide da primeira hipótese.
Em março, venceu a Alemanha em Munique e voltou explicando a opção tática com que parecia montar o time. Os jornalistas diziam que jogava num 4-4-2, com duas linhas de quatro. Diego desmentiu: "Vocês viram tudo errado. É um 4-1-3-2". Mascherano jogava à frente de quatro zagueiros duros para proteger Verón.
Em maio, só convocou um lateral e rebateu críticas: "Vou jogar com zagueiros nas laterais". No jogo seguinte, venceu o Canadá (5 a 0) com o meia Jonas Gutiérrez na lateral direita. Desistiu do zagueiro-lateral.
É esse o time da estreia, com Tevez pela direita, num 4-2-3-1 que copia o Barcelona de Messi. É muito mais fácil Messi transformar a Argentina num time do que Diego montar um time que ajude Messi a brilhar.
O ALGOZ
O técnico da Nigéria, rival da Argentina hoje, é Lars Lagerback, que dirigia a Suécia no dia da maior frustração já causada em Buenos Aires por uma Copa. Em 2002, a Argentina caiu após uma vitória sobre a Nigéria (1 a 0), uma derrota para a Inglaterra (1 a 0) e um empate com a Suécia (1 a 1). Lars Lagerback comandava a Suécia no dia em que os argentinos passaram de favoritos a eliminados na primeira fase da Copa da Ásia.

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