domingo, 9 de maio de 2010

COPA 2014 III

Copa e Olimpíadas trazem R$ 1,5 bi ao Rio.
Pelo menos 15 empresas já anunciam investimentos na cidade, em hotelaria, setor imobiliário e de serviços.
O Rio começa a colher os frutos de ser sede das Olimpíadas de 2016 e da Copa de 2014.
Até o momento, os investimentos mapeados pelo GLOBO somam R$ 1,452 bilhão, de 15 empresas.
A lista é extensa e inclui novos hotéis, empreendimentos imobiliários, feiras e infraestrutura em telecomunicações. E o volume tende a aumentar; "Recebemos por semana três missões empresariais no Rio antes da escolha como sede dos Jogos era uma missão por semana, no máximo duas" — disse o secretário de Desenvolvimento da prefeitura, Felipe Góes, que lembrou que as missões, agora, são mais diversificadas e não apenas centradas em petróleo e energia, como ocorria antes.
A maior parte dos valores anunciados são no setor de hotelaria.
Mas empresas diversas reforçam os investimentos na cidade.
Esse é o caso das gigantes americanas IBM, que vai fazer do Rio uma “Cidade Inteligente”, e GE, que escolheu a capital fluminense como a única na América Latina para seu programa “Cidades Sustentáveis”: "Os Jogos foram fundamentais para a escolha. Nossa ideia é aplicar e desenvolver soluções completas de tratamento de água, economia de energia, gerenciamento de infraestrutura e obras" disse João Geraldo Ferreira, presidente da GE Brasil.
Barra vai ganhar primeiro hotel butique da região A cadeia Hilton e o Hotel Emiliano procuram espaços. Segundo fontes, o Grand Hyatt finaliza a compra de um terreno na Barra e estuda a abertura de um espaço na Zona Portuária. Empresários brasileiros, como Jayme Drummond, também investem. Ele vai aplicar R$ 40 milhões em um hotel butique na Barra, com 116 quartos com vista para o mar:  Há uma carência nessa área do Rio. Na Barra, o Rio se esqueceu que é Rio.
Escritórios de advocacia também selam parcerias com bancas estrangeiras para agilizar os negócios na cidade. Foi o que aconteceu com a Campos Mello, que fez acordo com a DLA-Piper. E já contabiliza em R$ 210 milhões os investimentos das incorporadoras Inverrio Mallorca, da Espanha, e Temple, de Portugal.
"Eles compram terrenos para uso residencial, comercial e hotelaria"  explica Rodrigo de Castro, do Campos Mello.
Os municípios vizinhos do Rio já são beneficados. A incorporada NEP aposta no Supreme Caxias, um centro empresarial com 165 salas e duas torres de hotéis. Além disso, vai levantar cinco hotéis. O primeiro deles será na Rodovia Presidente Dutra.
Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), cita ainda Niterói: "Só no Rio, há 15 espaços sendo ampliados e 20 em reformas"
Entre as empresas, mais pujança.
A Coca-Cola Brasil criou a Equipe Copa do Mundo 2014, para definir os investimentos. Entre 2010 e 2014, vai aplicar R$ 11 bilhões no país, sendo que o “Rio vai receber uma parcela grande”, diz Michel Davidovich, responsável pela equipe. A Oi, que investiu mais de R$ 46 milhões no serviço de telecomunicações no Pan Americano, em 2007, vai investir ainda mais com a Copa e as Olimpíadas. A Embratel vai elevar os recursos em até 15%.
É preciso apostar em centrais temporárias, por exemplo — afirma Marcelo Miguel, diretor-executivo de Negócio Residencial da Embratel.
No setor de alimentos, a BestFork, dona dos restaurantes Laguiole, Giuseppe e Clube Gourmet, quer comprar espaços para eventos e levar algumas de suas bandeiras para a Barra.
Outros eventos esportivos também movimentam a cidade.
O Rio Sports Show, evento de fitness que acontece no Píer Mauá em julho, vai investir R$ 1 milhão. Ana Paula Leal Graziano, diretora do projeto, diz que este ano o evento está 30% maior.
Em 2015, o Rio vai sediar ainda a SportAccord, a maior feira de negócios esportivos do mundo. Arthur Repsold, presidente da GL Events, que administra o Rio-Centro, diz que, a pedido das empresas de construção pesada, foi preciso antecipar uma feira para o setor.
Mas nem tudo é otimismo.
Abel Alves de Castro, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da rede francesa de hotéis Accor, diz que é necessário cautela nos investimentos: "Fala-se muito dos Jogos, mas é necessário pensar que um hotel ficará depois dos jogos"
Bruno Rosa e Henrique Gomes Batista O GLOBO

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