SANDRO MACEDO - FOLHA DE SÃO PAULO.
A ausência de Ronaldinho na Copa agrega pelo menos uma boa notícia: Galvão Bueno não poderá estender a letra R infinitamente ("rrrrrr"), como já fez com o próprio jogador e com Ronaldo, Rivaldo, Romário etc. Bem, sobrou Rrrrrobinho.
Reclamar da narração de Galvão é esporte nacional não é de hoje. Mas a campanha "Cala Boca, Galvão", no Twitter, transformou em mundial uma mania local.
O tema é o mais popular no planeta, à frente de "world cup" ou vuvuzela -ontem, Geisy Arruda (ex-aluna da Uniban hostilizada pelos colegas por usar um microvestido) estava em segundo, provando a forte presença brasileira na rede social.
Tentando desvendar a troça, o "New York Times" já publicou reportagem dizendo que o locutor da Globo é conhecido como "máquina bombástica de clichês".
A capa digital da "Adertising Age" também estampou o "fenômeno" e avisa da "flash mob" -no dia 20, os interessados devem gritar "Cala Boca, Galvão" e imitar um pássaro às 18h.
Não é de hoje que os telespectadores pegam no pé de Galvão Bueno e seus clichês.
É praticamente impossível passar uma transmissão sem um, ou vários, "Vai que é sua!" ou "Pra cima deles". As novidades são justamente o Twitter e o Youtube, que não eram tão populares em 2006.
Entre as inventivas versões do "Cala Boca, Galvão", a mais popular tem vídeo no Youtube, apresentando Galvão como um papagaio à beira da extinção. Cada vez que você posta a expressão, avisa o vídeo, faz doação pela ave.
A Central Globo de Jornalismo levou o próprio ao ar para brincar com o tema. Anteontem, o locutor repercutiu a campanha no programa "Central da Copa" tentando mostrar bom humor. "Entrei nesta campanha! Estou com o papagaio Galvão e não abro", disse. "A gente entra na casa das pessoas, e elas têm todo o direito de brincar com a gente", completou.
E, como a internet é mais rápida do que uma lida neste texto, já está no ar a campanha "Free Galvão".
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