quinta-feira, 17 de junho de 2010

REQUENTADO

LAMBIDO DA FOLHA DE SÃO PAULO.

Após disputa política, estádio do São Paulo é vetado por cartola.
Na queda de braço entre Ricardo Teixeira e o São Paulo, o presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa-14) levou a melhor. Ontem, no capítulo final da novela que opõe Teixeira e seu desafeto Juvenal Juvêncio, presidente do clube paulista, foi anunciada oficialmente a exclusão do Morumbi do Mundial.
Sendo assim, a maior cidade do país está, ainda que temporariamente, fora do torneio que será sediado no Brasil daqui a quatro anos.
Teixeira, que não quis falar com a Folha, disse ontem a outros veículos que São Paulo não ficará fora da Copa. Ao justificar a retirada do estádio são-paulino da Copa, Teixeira atribuiu a exclusão a problemas técnicos.
"O que o São Paulo apresentou foram garantias financeiras de um outro projeto, não aquele aprovado pela Fifa. Por isso o Morumbi não faz mais parte da Copa de 2014", disse Teixeira, em entrevista à TV Globo.
Ele se referia ao fato de o estádio aprovado pela Fifa ter orçamento de R$ 630 milhões e o São Paulo ter apresentado garantias para construir um projeto mais modesto, de R$ 265 milhões. Em sua justificativa, o cartola alegou que passou a fase de análise de projetos. Porém mostrou-se aberto a avaliar novos planos de arenas paulistas.
Em nota oficial, Juvenal sugeriu que o corte do Morumbi teve caráter político. Seu relacionamento com Teixeira piorou após ter se oposto a Kleber Leite, apadrinhado do presidente da CBF, na eleição do Clube dos 13.
"A decisão tomada pela Fifa/COL surpreendeu porque, inusitadamente, foi anunciada no momento em que as atenções da comunidade esportiva estão voltadas para a Copa de 2010, como se numa tentativa de se esconder o ato sob a sombra dos holofotes focados no maior evento esportivo do planeta", disse.
Ele acrescentou que o Morumbi continuará a ser modernizado, independemente da Copa, e que o estádio se mantém de portas abertas para o Mundial de 2014.
Sem sede definida, o governo paulista trabalha com duas opções: o estádio de Pirituba e o do Palmeiras.
O mandatário palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo, que pôs à disposição a sua nova arena, corre risco de enfrentar igual turbulência. Na eleição do Clube dos 13, Belluzzo também apoiou Fábio Koff, rival de Teixeira.
Já o corintiano Andres Sanchez, que também planeja erguer arena para seu clube, atravessa bom momento com a CBF. Foi candidato a vice de Leite no Clube dos 13.
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., ex-entusiasta do Morumbi, jogou a responsabilidade para o comitê paulista e disse que o clube vinha "esticando a corda".

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