sábado, 19 de junho de 2010

VIVA A SURPRESA

PAULO VINICIUS COELHO - Prancheta do PVC.
O ENCANTO pelo futebol da Alemanha morreu no segundo jogo. A força da Inglaterra nas eliminatórias não resistiu ao primeiro tempo contra a Argélia. Até a Eslovênia fez um primeiro tempo ótimo contra os EUA.
A Copa é mais das surpresas do que das defesas. Até mesmo a Argentina, que deixou boa imagem no segundo tempo ante a Coreia do Sul, penou para vencer por 2 a 1 a primeira etapa.
A tese mais fácil a partir da decepção com os grandes é que a retranca está ganhando a Copa. Mas, fosse assim, o México não venceria a França jogando no ataque, num 4-3-3 ousado e veloz. Nem a Argélia tentaria jogar com a bola no pé ante os poderosos ingleses.
Critique o nível técnico, mas não se esqueça de que a surpresa pode tornar a Copa saborosa. Melhor do que os favoritos ganharem tudo.
Quando a Sérvia vence a Alemanha, tente se lembrar o que fazem seus titulares. Stankovic é campeão europeu pela Inter. Krasic, destaque da Copa dos Campeões pelo CSKA. Jovanovic, recém-contratado pelo Liverpool. O futebol espalhou atletas de países diferentes pelo mundo, e é isso o que explica as vitórias de seleções intermediárias contra outras mais poderosas.
Quando a Argentina é campeã mundial de basquete, atribui-se ao desenvolvimento do esporte. Quando a Sérvia ganha da Alemanha, a teoria é a do nivelamento por baixo. Não é. Lembre-se de que o fato não é inédito. Em 1962, a Iugoslávia, de quem a Sérvia é herdeira, eliminou a Alemanha nas quartas de final.
Ontem, a Sérvia montou uma linha de cinco meio-campistas e obrigou os alemães a se desvencilharem. Lançou Krasic nas costas de Badstuber, sabidamente o mais frágil marcador. O gol saiu assim. Defender é só parte da estratégia. A outra parte é o estudo.
INGLESES PÉSSIMOS
A má atuação inglesa até aqui tem mais a ver com a dificuldade de Lampard e Gerrard armarem do que com a saída de bola. E o time não joga pelos lados. Está errado.
COMPROMETIMENTO
A Eslovênia tinha em 2002 um craque, Zahovic. Perdeu todos os jogos. Matijas Kek diz que foi porque Zahovic tinha privilégios. Hoje sem craques, o técnico diz que o espírito de equipe empurra o time.

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