quarta-feira, 16 de junho de 2010

O EXÍLIO DOS LATERAIS

PAULO VINICIUS COELHO - PRANCHETA DO PVC
QUANDO O Brasil bateu seu recorde e completou três jogos seguidos em casa sem marcar, o problema era idêntico ao de ontem.
O lateral passava em direção à linha de fundo, feito uma locomotiva, doido para receber o passe, o meia, fosse Elano, Robinho, Kaká, qualquer um, cortava para dentro, o lateral exilado voltava correndo para o campo de defesa. Desperdício de energia dele e do torcedor brasileiro, que assistiu, atônito, a três empates seguidos por 0 a 0, contra Argentina, Bolívia e Colômbia.
O recorde negativo, três partidas sem gol em casa, aconteceu em 2008. Pois ontem a cena foi igual. Maicon parecia saber que o jogo se dava no seu setor, o lateral norte-coreano, Ji Yun-nam, nunca estava no lugar certo, a bola também não.
No primeiro tempo, foram pelo menos três ultrapassagens, Maicon desistiu, em vez de tentar o fundo, arriscou, aos 27min, o chute de fora da área, foi a única chance da primeira etapa.
Ficou até a impressão de que o Brasil diminuiu a quantidade de erros na saída de bola, mas é melhor não ter otimismo também nesse aspecto, porque a seleção não foi pressionada em seu primeiro passe.
Dunga tem razão quando diz que o passe ficou mais rápido no segundo tempo, mas o que melhorou mesmo foi a visão de jogo de Elano.
Aos 10min, ele percebeu Maicon em disparada, um trem-bala, em direção à linha de fundo, rolou, e o lateral direito brasileiro resolveu chutar para o gol.
É possível até que o Brasil repita o que fez na Copa das Confederações de 2009, quando desapontou contra o mais fraco do grupo (4 a 3 no Egito) e venceu os rivais mais fortes, Itália e EUA.
Mas a obrigação era fazer saldo contra os norte-coreanos, para não sofrer contra marfinenses e portugueses, ou melhor, a obrigação era jogar bem, o Brasil não conseguiu.
ROBINHO E KAKÁ.
Kaká mostrou que sua crise não é só física, mas técnica também, não joga bem há um ano, já Robinho foi a referência do ataque, como não era desde a Copa América.
O MAIS DIFÍCIL.
A Costa do Marfim só empatou, mas mostrou ser forte, são gigantes fisicamente, Yaya Touré é o símbolo de um time que marca muito forte e sai para o ataque com qualidade, e Drogba vem aí.

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