JUCA KFOURI
Há sempre jogadores na equipe laranja para povoar os pesadelos dos brasileiros.
PRIMEIRO FOI Johan Cruyff, em 1974, que liderou a Laranja Mecânica na vitória por 2 a 0 na Copa da Alemanha e condenou a seleção brasileira do surpreso Zagallo à disputa do terceiro lugar, que virou quarto, contra a Polônia.Então, a Holanda era mesmo melhor, embora tenha entrado em campo com tal respeito ao time brasileiro que, no primeiro tempo, por pouco, não levou dois gols dos pés de Jairzinho e Paulo César Caju. No segundo, ao perceber que o bicho não era tão feio, deu um baile no time canarinho.
Depois, em 1994, nos Estados Unidos, a preocupação atendia pelo nome de Marc Overmars, um ponta arisco que infernizaria, temia-se, a vida de Branco, substituto de Leonardo e fora de suas melhores condições físicas.
Pois Branco usou de sua experiência e, pelos atalhos do gramado, não só evitou maiores problemas como, ainda por cima, fez o gol da vitória brasileira por 3 a 2, em inesquecível cobrança de falta.
Finalmente, em 1998, na França, mais até mesmo que algum holandês, a presença de Zé Carlos no time brasileiro, em substituição a Cafu, era prenúncio de que Zenden pintaria e bordaria pelo lado dele, um lateral direito cuja maior habilidade era imitar os mais variados animais, de cães a vacas.
O resultado foi um empate em 1 a 1 que levou aos pênaltis vencidos pelos brasileiros.
Agora não teremos Elano, e o temor é o que Robben poderá fazer de Michel Bastos, sem dizer que o brilhante Sneijder é também motivo de preocupação.
Na verdade, a seleção de Dunga, que já há de saber exatamente como evitar maiores liberdades aos dois astros holandeses, tem hoje seu primeiro grande jogo nesta Copa na África do Sul.
E, se passar, como é de se apostar com cautela, terá o segundo apenas na finalíssima, porque o jogo da semifinal só será perigoso por ser de futebol e dessa importância, mas nem nosso velho conhecido Uruguai nem Gana podem enfrentar o Brasil de igual para igual.
Sobre Elano, é bom que se diga que fará falta sim, por ser desses jogadores cujo desempenho na seleção é melhor do que no clube e por parecer iluminado no começo desta Copa, luz que se apagou diante da demora de se fazer o diagnóstico correto da contusão que o vitimou.
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