sexta-feira, 2 de julho de 2010

O PESADELO NEGRO

O roteiro deve ter matado alguns velhinhos do coração na minha querida Montevidéu. Eu queria ver o Uruguai de algum satélite neste exato momento, deve estar pulsando em azul.
Roteiro inacreditável desse esporte tão belo quanto cruel, decisão por pênaltis é uma crueldade sempre, é como mandar 22 pessoas ao paredão e colocar diante delas um soldado com um fuzil, um sabe que morrerá, é aquele que perde o pênalti, o erro imperdoável que ninguém no futebol admite que o é, porque sabe que um dia pode perder, também.
Mas pior do que perder o pênalti na série de desempate é perder no último minuto do segundo tempo da prorrogação, como aconteceu com o rapaz de Gana, aquilo sim é uma tragédia.
E da tragédia africana nasce a esperança celeste, nossa pequena aldeia gaulesa ao sul está nas semifinais depois de 40 anos.
Pois o mundo do futebol, depois da chocha desclassificação do Brasil, só comenta dois lances do grande jogo da semifinal: a defesa do Suárez e a jogada genial de um atleta alvinegro na última cobrança, e vão pesquisar agora as outras vezes que o Loco optou por bater a la Zidane, e vão chegar à final do Campeonato Carioca
A última vez que um jogador botafoguense ganhou tamanha projeção foi em 1970, com Jairzinho, o Furacão da Copa. E, claro, com Garrincha e Nilton Santos, em 1958 e 1962. Todos vencedores, todos campeões mundiais.
Mais uma vez, obrigado, Loco, por elevar o nome do Botafogo ao lugar merecido.

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