quinta-feira, 1 de julho de 2010

BANCO CENTRAL - O VICE DE SERRA

INVESTIMENTO RECORDE QUESTIONA ALTA DE JUROS AMPLIAÇÃO DE CAPACIDADE PRODUTIVA CONTRARIA AVALIAÇÃO ORTODOXA DE 'PIB INELÁSTICO' DO BC.
Empresas brasileiras registram o maior nível de investimento dos últimos 10 anos no 1º quadrimestre de 2010. Área de infraestrutura lidera com inversões equivalentes a 12,6% do faturamento líquido das 500 principais empresas do país. Recursos estão sendo canalizados para gargalos históricos do desenvolvimento, como as áreas de saneamento, transportes e rodovias. Capacidade produtiva cresce em ritmo acelerado: produtividade industrial tem aumento acima do reajuste da folha salarial; empresas ampliam escala para atender a demanda de massa, sem pressões inflacionárias. Produção de máquinas, equipamentos e edificações cresceu 38,5% em maio, em relação a igual mês de 2009. Não há motivo para o Banco Central exercer o papel de vice oculto de Serra e continuar elevando a taxa de juro, que já custou ao país a estonteante soma de R$ 179 bilhões em 12 meses até abril (5,4% do PIB X 0,4% do PIB para um ano de Bolsa Família). O desvio de recursos públicos para pagar o serviço da dívida interna retirou da sociedade nesse período o equivalente a R$ 920 mil per capita, valor subtraído do bem-estar de cada brasileiro para remunerar os detentores de títulos do governo. O BC ameaça elevar ainda mais a Selic, que passou dos 8,75% em julho de 2009 para os atuais 10,25%. O mercado prevê uma taxa de 12% ao fim do ano, baseado na falaciosa interpretaçao de PIB inelástico do BC (PIB potencial), um dogma que a expansão dos investimentos desmente. Como diz o ex-ministro Delfim Netto: 'O que se pretende com uma taxa Selic de 12,5% não é a estabilidade, mas uma redistribuição de renda a favor do setor financeiro' (Carta Maior, 01-07)

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