Carolina Eloy, Jornal do Brasil.
O Mundial da África vai aumentar em até 11% as vendas de cerveja no Brasil.
A audiência de 30 bilhões de pessoas, somando o público de todas as 64 partidas, é um dos atrativos para os patrocinadores da Copa do Mundo, que pela primeira vez inclui uma empresa brasileira. O investimento nos jogos fica em torno de US$ 300 milhões por Copa para empresas que têm contrato permanente com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), e aproximadamente US$ 100 milhões para patrocinadores com contrato por edição, segundo estimativas do mercado.O fabricante de cerveja Brahma é a primeira marca brasileira a patrocinar uma Copa do Mundo. A empresa está presente neste campeonato na África do Sul e acertou a presença no próximo torneio no Brasil, em 2014. A operadora nacional de telefonia Oi também confirmou o patrocínio para a Copa no Brasil.
Brahma (AB-InBev), McDonalds, MTN e Satyam patrocinam o evento da África do Sul, enquanto Adidas, Coca-Cola, Emirates Airline, Hyundai, Sony e Visa têm contrato permanente com a Fifa.
Para o professor do Instituto Nacional de Pós-Graduação (INPG) Alessandro Saade, o retorno do investimento em jogos mundiais é maior se as empresas tiverem alcance global e comercializem produtos voltados para o consumidor final. Por isso, Saade aposta que a participação de empresas do Brasil tende a aumentar nos próximos anos, com a criação e expansão de multinacionais brasileiras.
– O retorno é garantido, mas não é só financeiro – explica Saade. – Além de aumento de vendas, o patrocínio em Copa do Mundo serve para consolidar ou até apresentar a marca globalmente.
Saade destaca ainda que o evento esportivo ajuda a consolidar estratégias comerciais da empresa e ampliar a participação de mercado. Ele cita o caso do site de relacionamento Twitter que fechou acordo para patrocinar duas edições da competição pelo valor de US$ 305 milhões e tem ligação com o consumidor final e presença mundial.
– A atuação da empresa e a estratégia precisam estar bem definidas para alcançar resultado com o evento – defende Saade. – Empresas que vendem commodities teriam muito pouco retorno, que seria apenas de apresentar a marca.
O diretor de marketing de Brahma, Marcel Marcondes, explica que a participação na Copa do Mundo é um
passo adiante na estratégia da empresa, que desde 2001 patrocina a seleção brasileira. Ele conta que o objetivo da companhia é se diferenciar com a ampliação dos patrocínios.
passo adiante na estratégia da empresa, que desde 2001 patrocina a seleção brasileira. Ele conta que o objetivo da companhia é se diferenciar com a ampliação dos patrocínios.
– A prioridade é o mercado brasileiro e reforçar o posicionamento da marca como uma cerveja nacional – aponta. – A marca sempre foi uma das principais patrocinadoras do esporte favorito dos brasileiros e ser a primeira marca genuinamente brasileira a patrocinar a Copa vem coroar esse posicionamento.
Marcondes conta que a participação na África do Sul vai servir como treinamento para a Copa no Brasil. Ele diz que a empresa precisa conhecer o funcionamento do evento e quais são as possibilidades para serem exploradas na próxima edição.
– Queremos que em 2014 esteja tudo preparado para reforçar para o mundo a ligação da nossa marca com o Brasil – destaca Marcondes.
O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Cláudio Goldberg explica que a divulgação é massificada durante o período dos jogos e ainda dura alguns anos com a repetição das imagens. Ele ressalta que o alcance atualmente é superior ao das últimas edições com a globalização e a ampliação de canais de comunicação, como TV a Cabo e internet.
Goldberg destaca que para empresas fornecedoras de produtos de consumo de alto giro, a intensidade de divulgação durante os jogos ajuda a aumentar as vendas e consolidar a marca.
– O patrocínio serve de cartão de visitas para as grandes empresas – afirma Goldberg. – Serve para abrir mercados e facilita a aproximação com o público internacional.
Para o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, o patrocínio de um evento esportivo de alcance mundial contribui para divulgar a marca no exterior e reforçar a imagem do Brasil como um país comprometido com o desenvolvimento econômico e social. Falco diz que a participação é um marco, já que equipara a companhia a gigantes internacionais do setor.
– Com o patrocínio à Copa, a Oi reforça a relevância crescente do país no cenário econômico mundial e a nossa capacidade de prestar serviços dentro de um padrão internacional – aponta Falco.
Transmissão.
Os direitos de transmissão do Mundial chegaram a US$ 1,059 bilhão, segundo prévia da Fifa. Para o presidente da entidade, Joseph Blatter, conceder o torneio à África do Sul foi uma boa decisão econômica e comercial. Ele comemorou o bom resultado, mas disse que ainda não está rico.
De qualquer forma, Blatter pretende dividir o bolo para ajudar o continente mais pobre do planeta com o projeto Vencer na África com a África, um programa para o qual estão destinados US$ 70 milhões, para cumprir “um importante compromisso com um continente que tanto contribuiu para o futebol mundial”.
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