domingo, 13 de junho de 2010

PENSAMENTO MÁGICO.

Os treinadores preferem as óbvias palestras de autoajuda ao trabalho de psicólogos.
TOSTÃO.
ESTÁ PRESENTE em Johannesburgo um pastor, Anselmo, que se encontra com os jogadores do Brasil nas horas de folga para conversar e/ou rezar. Esteve também na Copa das Confederações. Como os atletas são supersticiosos, devem gostar de sua companhia. Não só pelo prazer do encontro mas também pelo resultado. O Brasil foi campeão.
Em outras recentes Copas, estava presente um motivador, com suas palestras de autoajuda. Diferentemente do pastor, o motivador fazia parte da comissão técnica.
Os motivadores adoram contar histórias de campeões que ultrapassaram os limites e venceram as dificuldades, como se a experiência individual pudesse ser transmitida. Cada um faz do seu jeito. "A experiência é como um farol iluminando para trás." (Pedro Nava) Na frente, continua tudo escuro.
Em épocas mais distantes, o motivador era um pai de santo ou alguém que desempenhava atividade parecida. No Cruzeiro, nos anos 60, havia um que ganhava prêmios pelas vitórias.
Na Copa de 70, alguns jogadores se reuniam, quase diariamente, para conversar, e não para rezar. Lembro que Piazza e Pelé estavam sempre presentes. Os outros se revezavam. Cada vez um iniciava a reunião com algumas palavras, sobre o que quisesse, de futebol a filosofia de botequim. Quando Piazza falava, a reunião não acabava.
Todos esses tipos de encontros, em épocas diferentes, podem fortalecer os laços afetivos. Isso é bom. O que não se pode é dar muita importância a isso na conquista de um título. Com o objetivo de vencer, os resultados são os mesmos. Desconfio de que com os pais de santo eles eram melhores do que com os motivadores.
O ser humano é facilmente seduzido. Envelhecemos e continuamos infantis, uns mais, outros menos. Por meio de rituais, superstições, atos e pensamentos mágicos, nós nos iludimos de que todos os objetivos podem ser alcançados. É a onipotência do pensamento.
MÁ ATUAÇÃO
Contra a Nigéria, a Argentina poderia ter goleado e, ao mesmo tempo, correu riscos de não vencer. A Argentina jogou mal coletivamente e individualmente, com exceção de Messi. Tevez e Higuaín atuaram muito mal. Tevez esteve muito perto de fazer vários gols belíssimos. Os outros correram, e Messi jogou futebol.

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