Quando Dunga foi para Natal andar nas dunas, o cara do buggy perguntou: com emoção ou sem emoção? Sem emoção, tchê, claro.
E é assim, essa seleção não é emocionante, e verdade seja dita: ninguém exigiu muito dela até agora, o jogo de hoje foi o mais fácil do Brasil em Copas desde 1930, o que não é culpa de Dunga, nem de nenhum dos jogadores, se todos têm medo de atacar o Brasil, azar de todo mundo.
Aliás, falando daqueles que passaram às quartas-de-final, a Holanda também passeou até agora, não precisou suar muito, nenhum esforço extra foi necessário, e assim, descansadas, as duas se enfrentam sexta-feira que vem.
Jogo do Brasil sem nenhuma polêmica é coisa rara, e a vitória sobre o Chile foi assim, sem lances duvidosos, faltas duras, expulsões, bobeada foi a do Ramires, que é bem melhor que o caneludo do Felipe Melo, mas tomou cartão e não joga contra os laranjas mecanica, esconfio que seria titular, não fosse a suspensão.
O Chile foi o responsável, até agora, pelas duas únicas derrotas sul-americanas na Copa, é um time muito fraco, se o Botafogo pegasse esses caras no Engenhão, Bielsa seria demitido no intervalo.
Para Brasil e Holanda, a Copa começa para valer no jogo de sexta, será o primeiro teste sério para o Brasil e o primeiro teste sério para a Holanda.
Faltam dois jogos para o fim das oitavas, Datakiel informa que a primeira fase teve 101 gols em 48 jogos, média de 2,1 por partida. As oitavas tiveram 21 gols em seis jogos, média de 3,5. No geral, 122 gols em 54 jogos, média de 2,25 por partida.
O que isso quer dizer? Nada, em geral, esses números apenas vão surgindo, e quem quiser que teorize sobre eles, as oitavas deveriam ser mais apertadas, estão sendo mais folgadas. Uruguai e Gana foram as únicas seleções que sofreram para eliminar seus adversários, Coreia do Sul e EUA. Alemanha, Argentina, Holanda e Brasil não passaram por dificuldade alguma, as duas partidas de amanhã, Portugal x Espanha e Paraguai x Japão, devem ser mais equilibradas.
Era meio que cumprir tabela, despachar um rival local que nunca vence, mesmo, depois, passei pela avenida Calama, vi dois carros buzinando e com bandeiras, nenhuma grande comoção, a TV mostrou algumas multidões reunidas em praias e praças, em eventos oficiais montados justamente para juntar multidões e gerar boas imagens. “O povo brasileiro foi às ruas para comemorar”, vai informar hoje o apresentador do jornal nacional da Inglaterra.
Eu não diria que é a mais pura expressão da verdade, mas as pessoas estão felizes, o time vai ganhando, vai passando, e pode muito bem espetar uma sexta estrela na camisa, todos que chegam entre os oito melhores do mundo podem, não?
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