domingo, 4 de julho de 2010

O DIAA SEGUINTE

JUCA KFOURI
Alguém duvida que os 69% de aprovação de Dunga tenham caído para menos que a metade?
A TENDÊNCIA das pessoas, por sombrio que pareça, é a de chutar cachorro morto.
Procura-se um culpado e, na verdade, culpados há para dar e vender. Mas, em regra, atira-se no alvo visível. Dunga, hoje, é carne para ser despedaçada, assim como Felipe Melo, que, no entanto, foi eleito pelo técnico, pois estava posto em sossego e escondido num time menor da Itália quando foi convocado pela primeira vez.
A primeira vez! Pois a primeira vez de Dunga foi a sexta do presidente da CBF, de quem ninguém fala. Sim, ele escolheu um treinador pela sexta vez, desde Lazaroni, em 1990, embora Parreira, Zagallo e Scolari, os outros, tenham soado como imposição deles mesmos.
Teixeira viu do alto do seu poder eterno seis Copas, com a marca de duas conquistas, uma, nos EUA, tão antibrasileira como seria a possível, e aqui prevista, sim, senhor, vitória na África. E daí?
Daí nada, porque ganhar ou perder Copas do Mundo está longe do que deva ser o objetivo do principal executivo (?!) da CBF, alguém que nestes 20 anos não foi capaz de fazer do nosso futebol algo rentável ou foi capaz de induzir que tivéssemos pelo menos um estádio em condições de abrigar a competição mais badalada do planeta.
Sim, Dunga tinha, anteontem, 69% de aprovação pelo Datafolha. E hoje, se tiver 35%, terá muito. Porque, ironicamente, na derrota dele está embutida a vitória da pior de suas crenças, a de que só o resultado interessa.
Então, no dia seguinte, e nos seguintes e seguintes, a derrota se aprofunda, vai virando um fracasso, uma vergonha, um vexame. Mesmo que não tenha sido nada disso, porque, com raríssimas exceções, os que aplaudiam e agora execram, ficaram, como este colunista, deliciados com o primeiro tempo diante dos imobilizados rivais holandeses.
E os que sempre foram críticos, também como este colunista, não têm a menor necessidade em chutar quem está caído, porque, além de ser de mau gosto e de revelar falta de educação, é de uma profunda covardia.
CHORORÔ
Não chore por nós, Argentina. Deixe que choremos por ti. E que saudemos os quase tetracampeões alemães, novos amigos do futebol-arte...

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