TOSTÃO
Os técnicos criam muitas variações táticas e fazem belos discursos. E tudo continua na mesma.
VEREMOS HOJE, na bela Cidade do Cabo, Uruguai e Holanda, com um grande número de torcedores holandeses. A Holanda é favorita. Só eu e o companheiro Martín Fernandez acreditamos no Uruguai.
Não houve nenhuma novidade tática na Copa. Seria uma grande surpresa se houvesse. É muito mais fácil e seguro repetir do que ousar.
Uma deficiência tática do Brasil, evidente desde o primeiro jogo sob o comando de Dunga, era não ter um armador para ajudar o lateral esquerdo, como tinha pela direita (Elano ou Daniel Alves). Foi pela esquerda que começaram os dois gols da Holanda. Não ocorreram mais gols por esse setor nos outros jogos porque os rivais não aproveitaram.
Maradona se iludiu com as quatro primeiras vitórias contra fracos adversários e manteve, contra a Alemanha, a mesma formação tática, com o volante Mascherano sozinho no meio-campo, já que os dois meias, Di María, pela esquerda, e Maxi Rodríguez, pela direita, jogaram muito abertos. Como não havia armador, Messi recuava para tentar fazer isso e ficava muito longe do outro gol. Messi não foi um grande armador nem um grande atacante. Não foi Messi.
Todas as seleções atuaram com uma linha de quatro defensores. Todos os laterais avançaram pouco, com exceção de Maicon, disparado o melhor de todos. Todas as seleções da Europa atuaram com um jogador de cada lado, defendendo e atacando, de uma intermediária à outra. Os técnicos adoram esse tipo de jogador, mesmo que ele não faça nada além de marcar, correr e cruzar. É o jogador tático, cada dia mais presente. No futuro, serão os craques do futebol.
Algumas seleções, como Holanda, Alemanha e Espanha, atuam com dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante. Outras seleções, como o Uruguai, jogam com uma linha de quatro no meio-campo (dois volantes e um meia de cada lado) e mais dois atacantes. Nesse esquema, como os atacantes voltam para armar as jogadas, e os dois meias atacam e defendem pelos lados. Na prática, todos os sistemas se tornam idênticos.
Em todos esses esquemas, os jogadores ocupam as mesmas posições, têm as mesmas funções, e as equipes atacam e defendem com o mesmo número de jogadores.
Os técnicos mudam aqui, ali, dão voltas, fazem belos discursos táticos, e tudo continua na mesma. É a turma do lero-lero.
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