Gostaria de começa pedindo ao inventor da expressão “maldição das estátuas” um passeio lá pela zona da "puta que pariu". Pois nem Garrincha, Nilton Santos nem o emocionadíssimo Jairzinho (que figuraça!) mereciam mais essa tentativa de colar um rótulo negativo na nossa história.
Pronto. Após o desabafo, o analise do jogo. A retranca armada pelo delegado Lopes foi tão eficiente que Maicosuel não rendeu o que esperávamos. Somada à ausência de Somália no meio e à atuação discreta do Cajá na armação, o Botafogo voltou a ter problemas sérios de criação no meio de campo. Voltamos, portanto, aos tempos de Campeonato Carioca – a novidade era o Jobson, que teve alguns lampejos mas se perdeu em outros tantos (queria impressionar o Mano?). A má notícia, porém, era o Herrera brigando – e perdendo a luta – com a bola.
E, se voltamos aos tempos de Carioca, teríamos que confiar na defesa para ganhar a partida. Graças às excelentes atuações de Jefferson, António Carlos e Fábio Ferreira, conseguimos a segurança necessária para a vitória.
Ainda nesse inesperado flashback, tivemos que recorrer à bola aérea para abrir o marcador. E coube a Fábio Ferreira voltar a fazer um gol decisivo em momento igualmente decisivo, quando o Botafogo parecia asfixiado e sem alternativas para furar a retranca bolada pelo Lopes.
No segundo tempo, passamos um pouco de sufoco porque o sistema defensivo cansou e os atacantes não se mostraram capazes de matar a partida. Mas Joel mexeu bem para tentar garantir o resultado – em vez de enfiar Fahel ou Lúcio Flávio, colocou os três atacantes do banco. Edno teve a manha de ajudar a prender a bola no ataque. Loco (pouquíssimo tempo em campo, mesmo assim parecendo fora de tempo da bola) e Caio (melhor do que o Loco, mas sem nenhuma jogada notável).
No final, confesso que tudo que eu queria era não tomar um gol do Sávio, para não pintar aquelas reportagens emocionantes de superação, pois o ex-jogador em atividade está há uns 2.457 anos sem fazer gol e nossa especialidade é ressuscitar defuntos. Mas o ex-rubro-negro deu uma furada tão bisonha que, juro, até me deu pena.
Finda a partida, podemos dizer que o resultado foi melhor do que o jogo – pois dá confiança à torcida, ainda mais quando os torcedores retribuíram ao apelo do confronto e, mesmo com o aumento do ingresso, constituíram um público superior a 30 mil pagantes – mais de 35 mil presentes.
Sem contar que essa vitória – mesmo magra, mesmo não inteiramente convincente nos permite uma posição mais confortável na tabela, ainda mais com a chance de pegar já na quarta-feira o Ceará, nosso adversário direto na briga pelo terceiro lugar.
Melhor em campo? Fábio Ferreira. Mas não podemos deixar de registrar a dupla defesa do Jefferson, mais o corte do Marcelo Cordeiro: simplesmente espetaculares e garantiram os três pontos.
Pior? Infelizmente, Herrera. Acho que chegou a hora de um banquinho para o argentino. E, da forma que ele jogou hoje, era melhor ter entrado com o Loco desde o início da partida.
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