terça-feira, 24 de agosto de 2010

O VERDADEIRO PERFIL

Por Carlos Chagas
Só por milagre, e dos grandes, Dilma Rousseff deixará de ser eleita. A pergunta que se faz é se na presidência da República manterá o perfil de mãezona sorridente e bem produzida, revelado nos palanques, ou retomará as características de áspera e intransigente administradora, mantidas há anos?
Em termos políticos, como se comportará? Abrindo espaços para os partidos que a apóiam, do PT ao PMDB, ou fechando as portas às reivindicações, tanto as justas e necessárias quanto as malandras e pouco éticas? Na maioria dos casos torna-se difícil separa-las.
Seu relacionamento com a oposição configura outra incógnita: irá tratá-la a pão e água, quem sabe nem isso, ou tentará cooptar seus contingentes dispostos a colaborar para objetivos comuns?
Enquadrará o ministério, exigindo subserviência de cada ministro, ou terá neles uma instância de consulta permanente, em vez de obediência irrestrita?
E sobre a equipe a compor, passará o apagador no quadro-negro (ou branco?) do atual governo ou conservará peças que o presidente Lula poliu ao longo de oito anos?
Manterá a postura complacente do antecessor frente às elites empresariais e especulativas ou tentará corrigir excessos por elas praticados? Com relação às massas, preservará o assistencialismo ou admitirá reformas sociais como direito legítimo delas, não como dádivas do trono?
Muitas e maiores são as dúvidas a respeito do futuro governo, abrindo-se apenas uma certeza: para melhor ou para pior, engana-se quem supuser um videotape do governo atual.

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